wFolhetim Iluminados
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wsexta-feira, outubro 31, 2003


É incrivel como as pessoas lêem o que escrevemos e entendem o que querem!...

posted by Tomás at 5:39 da tarde


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Se eu não fosse eu não lia os Iluminados

Eu não leio Blog´s.
É verdade, tenho uns quantos nos "Favoritos" mas se perder 5 minutos por dia a passar os olhos por eles é muito. (vá lá, 10 minutos)

Para dizer a verdade, se eu não fosse eu (que passo horas por dia a masturbar-me em frente ao computador a ler as minhas prosas aqui nos Iluminados) nem perdia um segundo que fosse a ler o que escrevo (uso a 1ª pessoa indevidamente porque se eu não fosse eu e fosse outro o correcto seria dizer "escreve").

Espanta-me muito que as pessoas me leiam.
Ainda hoje no autocarro uma senhora velhinha abeirou-se-me e disse: Eu leio-o.
Ao que eu respondi espantado: Ahhh, a sério?.

Mas vocês não têm mais nada para fazer?
Se fossem cultos como eu e andassem preocupados em descobrir tempo para encaixar a Odisseia do Homero no meio das Confissões do Santo Agostinho de certeza que não perdiam um minuto que fosse a ler Os Iluminados, tal como eu não perco tempo algum a ler-vos a vocês.

Por acaso V.Excs. são santos ou doutores da Igreja? Ou Ho(mens) com nome de peixe (mero) que conseguiu a façanha de escrever um poema ao longo de 800 anos? Não são pois não? - não, minha senhora, não me interessa se tem uma virgem de loiça a chorar cera em casa, isso não conta.

Então se não são nada disso escusam de andar para aí a alinhavar pensamentos baratos que eu só leio livros de capa dura, escritos por autores já mortos e de preferência homens (vá se lá saber porquê)

PS - exceptuando claro o Abrupto, o Dicionário do Diabo, o Fumaças, o Possidónio, a Janela...

posted by Tomás at 12:45 da manhã


wquinta-feira, outubro 30, 2003


Serve este post de teste ao problema dos acentos (nunca mais sai uma palavra com acento...), para agradecer ao João (ah, cá está um) Carvalho Fernandes pela preciosa dica e para anunciar o novo endereço do seu blog.
Lembram-se do epicurista Fumaças? Pois agora ele está aqui
Abraço João.

posted by Tomás at 9:59 da tarde


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Escreveu o Iluminado P.P. acerca do meu texto Etica Objectiva:

Sinto-me de certa forma atingido porque faço parte deste "grupo especial",
porque na minha maneira de ver as coisas cada "macaco no seu galho". Sim
acho que existem diferentes culturas com diferentes pensamentos, estilos de
vida, costumes e tradições que na minha forma de ver devem ser respeitadas
pois estas existem e têm uma razão de ser.
Depois afirmas que estas pessoas que se "calam" são cobardes(!), por não
emitirem a sua opinião.....Tomás, apenas existem pessoas com diferentes
opiniões sobre o que é certo e é errado, sobre o conceito da sociedade em
que deveriamos viver, sobre muitos outros assuntos que nos tocam e nos dizem
respeito.
Obviamente que nós, ocidentais temos perspectivas completamente diferentes,
em relação aos países árabes.........por exemplo, vai uma mulher Marroquina
no meio de uma praça em Marrocos, para nós Ocidentais seria uma coisa
absolutamente inofensiva, sem importância(ou talvez não lol), para um
Marroquino seria uma ofensa aos custumes, á cultura e á religião. Perante
este facto consegues-me convencer que quando o povo Marroquino tem estes
costumes que têm séculos de existência, estão errados? Será que as mulheres
estão a ser descriminadas? Será que a religião Islâmica não tem uma razão de
ser? Será fruto de uma evolução lógica num determinado local do mundo? Vais
ser tu a julgar se isto está errado ou não?.......
Obviamente que todos nós TEMOS direito á nossa opinião, mas daí a "julgar"
milhares de anos de história, sobre o bem e o mal, apenas na teoria da
"Autoridade Universal da Razão" parece-me irrealista e infundada.


Remeto a minha resposta para o texto abaixo



posted by Tomás at 2:02 da tarde


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- peço desculpa, mas os textos continuam em versao sem (alguns) acentos, pelo menos até alguém me explicar como se resolve este problema -

Cada Macaco no seu Galho
Hoje tive de me chatear com um grupo de Relativistas Culturais da minha rua.
Este grupo de jovens diletantes tem andado a alardear o seu cepticismo para com as convençoes éticas da minha zona ha ja algum tempo. Têm sido vistos a pintar com grafitti bancos de jardim, muros de casas e contentores do lixo.
Porque sou uma pessoa pacifica que nunca procura conflitos tenho-me calado e deixado passar estas iniquidades, considerando-as simples devaneios proprios da juventude (além do mais ainda nao se lembraram de pintar o muro de minha casa.)

Mas hoje estes jovens passaram das marcas,e vi-me na obrigaçao de intervir.
Ha uns meses atras foram plantados na minha rua uns pequenos carvalhos que ainda nao tiveram tempo de se desenvolver. Têm cerca de 2 metros de altura, mas o seu tronco ainda é muito fino e fragil.
Aproveitando-se dessas caracteristicas do tronco assim como da natureza passiva da arvore, que normalmente nao se defende - e muito menos responde - a agressoes, alguns destes Relativistas Culturais da minha zona resolveram animar a sua tarde partindo o tronco de duas dessas arvores, que agora jazem inertes no passeio.

Como disse, sou uma pessoa pacifica e tolerante, mas como também sou um objectivista ético, considerei esta atitude errada e condenavel e, como tal, achei que este atentado nao podia passar em claro.

Dirigi-me ao grupo de jovens e perguntei-lhes porque é que tinham feito aquilo, e se achavam bem:

- Jovens, - disse eu - eu sei que vocês sao Relativistas Culturais, e eu respeito isso, mas nao acham que o que fizeram às pobres arvores esta errado?

Um deles, mais afoito, levantou-se do banco, arrepuxou as calças largas que lhe caiam pelos joelhos abaixo e, no meio de uma salgalhada de piercings na lingua, gestos e interjeiçoes a imitar o ultimo video-clip de pretos na MTV disse o seguinte:

- YO, mano, por acaso nao sabes que faz parte da nossa cultura suburbana matar tudo o que é verde? Nos, que nascemos e vivemos encaixotados em cimento, nao gostamos que nos lembrem que existem coisas bonitas como arvores, passaros e coisas assim. Como tal, mano, passamos o dia a destruir tudo isso.

Além disso mano, como tu sabes, somos Relativistas Culturais, esta é a nossa opiniao, radicada, como te expliquei, na nossa cultura de suburbio, e tu tens mais é que respeitar esta nossa cultura e nao tens nada que criticar aquilo que fazemos ou tentar impedir que exerçamos o direito de nos exprimirmos como muito bem quisermos (matando arvores, pintando muros de casas, atropelando velhinhas nas passadeiras, ou o que seja). Sao opinioes e reflexos culturais, por isso pisga-te que ja te estou a ver mal.
.

Devo dizer-vos, meus amigos, que fiquei impressionado com a articulaçao discursiva deste jovem Relativista Cultural de boné afunilado na pala, mas isso nao impediu de (e de acordo com a teoria relativista que acabara de me ser explicada) exprimir algumas das minhas proprias opinioes e pusesse em pratica as minhas proprias crenças culturais (uma delas é a que me diz que é mau matar arvores, e a outra a que me diz que quem mata arvores merece ser castigado), dando ao jovem Relativista duas chibatadas na cara e pendurando-o pelo pescoço no galho de uma das arvores remanescentes da minha rua para que servisse de exemplo a outros como ele.

Acho que fiz o correcto. Pelo menos fiz o que eu achava que era correcto, o que para um Relativista Cultural é a mesma coisa. Deve ser por isso (por concordar comigo, portanto) que o jovem pendurado pelo pescoço no galho de uma das arvores remanescentes da minha rua nao se queixou do que lhe fiz e, passado umas horas, ainda la esta... apenas um pouco mais azul.
E o que eu sempre digo: "Opinioes sao para ser respeitadas! Cada macaco no seu galho."

posted by Tomás at 1:35 da tarde


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Quem sao os Iluminados?

posted by Tomás at 12:23 da manhã


wterça-feira, outubro 28, 2003


- peço desculpa, mas os textos continuam em versao sem (alguns) acentos, pelo menos até alguém me explicar como se resolve este problema -

Etica Objectiva. Acerca do livro The Last Word.

Jovem, se és daquelas pessoas que pensam que todos os comportamentos têm uma justificaçao historica, sociologica, cultural ou antropologica e julgas que esse tipo de justificaçao é o unico possevel, se achas, jovem, que aquilo que é moralmente bom no Porto e em Lisboa pode nao ser moralmente bom em Bagdad ou Islamabad, se és daquelas pessoas para quem a tolerância com os costumes e tradiçoes dos povos n?o deixa que se faça qualquer critica acerca do valor objectivo desses costumes e tradiçoes, se achas que o sistema de castas na India, o papel das mulheres nas sociedades islâmicas, as touradas em Portugal e Espanha, a excisao clitorial em certas tribos africanas, a nao separaçao entre religiao e estado nos paises do médio oriente, assim como outros valores “culturalmente sens?veis”, n?o podem ser considerados certos ou errados, n?o est?o mais pr?ximos do bem ou do mal mas s?o simplesmente manifestaç?es culturais inatac?veis, se pensas tudo isso, jovem, TENS IMPRETERIVELMENTE DE LER ESTE LIVRO. - The Last Word, de Thomas Nagel

Se encaixas na anterior descriçao fica sabendo que és um relativista cultural e, segundo Nagel, és um dos responseveis pelo actual laxismo intelectual da cultura contemporânea. Um buraco negro onde tudo vale porque tudo é relativo ( relativo a paises, a regioes, a tempos historicos e, em ultima analise, a pessoas) onde tudo nao passa de opinioes, tradiçoes, culturas e, em ultima analise, construçao do sujeito.

Contra estas posiçoes cobard... ahm... relativistas tao em voga, Nagel avança com o postulado da “Autoridade Universal da Razao” reflexo de uma razao universal independente do sujeito e mesmo da espécie humana
Defender a razao universal significa afirmar a existência de uma ordem na natureza (principios basicos que existiriam mesmo que o homem nao existisse e que qualquer pessoa com alguma inteligência dever? reconhecer como correctos) que pode ser desvelada pela razao humana. Essa ordem natural pode ser encontrada em dominios tao dispares como a logica, a matematica, a ciência, a linguagem e até mesmo na ética (ou moral, que é a mesma coisa).

A tese de Nagel acerca da objectividade da ética é a mais corajosa deste livro e é nela que me vou concentrar.

A objectividade da ética partir? do pressuposto universal de que todos os seres humanos (Nagel nao fala aqui de uma ética animal) têm um valor intrinseco, ou seja têm valor por si mesmos e nao apenas relativamente a outras pessoas, à sociedade ou a outras entidades mais ou menos abstractas (como por exemplo, o “bem comum”) e, como tal, sao ao mesmo tempo credores e devedores dos mesmo direitos e deveres basicos.

Partindo deste universal basico e objectivo (pelo menos para uma pessoa racional, o unico tipo de pessoas com quem é possivel discutir ética) é possivel, através da razao, (e aqui é que entra o postulado da Autoridade Universal da Razao) atingir conhecimentos ou valores éticos objectivos “cuja validade é independente do nosso ponto de vista” (como por exemplo, “é mau infligir sofrimento desnecessario a outro ser humano”, ou “é mau fazer parte, apoiar ou nao denunciar praticas culturais que descriminem ou inflijam sofrimento desnecessario a outros seres humanos”, etc.)

Este “core” ou nucleo duro de valores objectivos é éticamente superior a quaisquer pretensoes relativistas normalmente desculpabilizadoras de comportamentos que nao respeitam estes valores basicos. Para provar essa superioridade, diz-nos Nagel, nao ha nada melhor que pôr em confronto no plano do real (onde se deve mover a ética) ambas as teorias (a objectivista e a relativista, ou subjectivista) e ver qual das duas tem melhores condiçoes para passar o crivo da razao critica.

As liçoes da historia, o nosso confronto com a praxis quotidiana e a confiança depositada na razao nao deixam margem para qualquer duvida:
“quando o relativismo é confrontado com propostas rivais nao consegue impor-se como inequivocamente verdadeiro, mesmo nos poucos casos em que nao é ininteligivel.”

Esconder-mo-nos atras do filtro do relativismo e da tolerância é uma posiçao f?cil e cobarde (ou talvez apenas sinal de imaturidade).
Se temos uma capacidade de raciocinio que, bem utilizada, nos permite ir destrinçando gradualmente o bem do mal, por quê escolher a posiçao comoda da esponja intelectual que tudo aceita, que tudo absolve, que a tudo diz sim, que nada rejeita ou critica?

A ideia fundamental que retiramos do livro de Nagel é a de que temos de assumir a nossa racionalidade, o nosso caracter intrinsecamente critico “responsabilizando-nos pelos nossos pensamentos e escolhas e argumentando a favor das nossas ideias.”

“Uma vez chegados ao mundo para a nossa estadia temporaria, n?o temos alternativa senao tentar decidir em que acreditar e como viver, e a unica maneira de fazer isto é tentar decidir como as coisas sao e o que esta certo.” - The Last Word, Thomas Nagel (pg.143)

PS – Este livro encontra-se traduzido pela Gradiva com o titulo “A Ultima palavra”

Outras recens?es:
Desidério Murcho
Sara Bizarro

TomaZ

posted by Tomás at 6:35 da tarde


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Dogville - O filme tinha tudo para ser mau. A história passáva-se num cenário
brechtiano, uma espécie de teatro niilista difuso, a intriga não foi
deliniada logo nos primeiros 5 minutos, mas antes vai pairando sobre as
personagens ao longo do filme ao estilo de um romance de Kafka, não
tinha banda sonora nem efeitos especiais. Reformulando a primeira frase,
o filme tinha tudo para ser muito mau segundo os cânones "hollywodescos"
e extremamente bom segundo os cânones europeus, o que é muito mau.

Nada mais errado. O filme é excelente, se não mesmo sublime.
Nunca pensei que a condição humana pudesse ser tão bem retratada fora
das páginas de um livro... ah, é verdade, já me esquecia do "Ondas de
Paixão" e do "Dancer in the Dark".
5 estrelas.


posted by Tomás at 6:33 da tarde


wsegunda-feira, outubro 27, 2003


Nao ha duvida que os caminhos se bifurcam.
Hoje de manh? enviei para os Iluminados um mail sobre J.L. Borges. Ao fim da tarde laureei uma Iluminada com um livro do Oscar Wilde, e nao é que à noitinha os dois se cruzam aqui?

posted by Tomás at 1:01 da manhã


wsexta-feira, outubro 24, 2003


Os estudos de filosofia continuam na Via Parmediana da Verdade
Para breve a recensao do livro Last Word de Thomas Nagel


posted by Tomás at 1:11 da manhã


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- peço desculpa, mas os textos continuam em vers?o sem acentos, pelo menos até alguém me explicar como e resolve este problema -

Dissecando o Federalismo - O Referendo
Finalmente alguém disposto a problematizar este problema.
O Bloco de Esquerda parece ser o ?nico partido que ainda consegue
manter-se afastado desta novela de escutas e segredos de justiça e
concentrar-se nos problemas realmente importantes (os outros também sao,
mas nao tanto). Para o provar avançou com tres sugestoes de perguntas
para o referendo. Aqui estao elas:

1 - Concorda com a instituiçao de uma Constituiçao Europeia, da Uniao
Europeia, que tenha primazia sobre a Constituiçao da Rep?blica
Portuguesa?

2 - Concorda com a criaçao do cargo de presidente do Conselho Europeu,
em substituiçao das presidencias rotativas por todos os Estados membros
da Uniao Europeia?

3 - Concorda com o aumento de atribuiçoes e poderes da Uniao Europeia no
dom?nio da Defesa?

Estas perguntas nao sao definitivas (nem o referendo o é) mas pelo menos
j? servem de base para alguma discussao.

Neste momento, a estas 3 perguntas eu votaria respectivamente:
1) Sim;
2) Nao;
3) Sim.

Passo a justificar cada uma destas sentenças.

1) Julgo que nao faz sentido nenhum uma Constituiçao que nao seja uma
lei fundamental que se sobreponha às outras leis (menos) fundamentais de
cada pa?s.
Essa lei fundamental comum dever? explicitar o nucleo de valores e
princ?pios pelos quais todos os pa?ses e cidadaos da Uniao se deverao
reger, dever? também estipular as "regras do jogo", ou seja os direitos
e deveres comuns a todos os pa?ses e cidadaos da Uniao e dever? obrigar
esses pa?ses e cidad?os a esses direitos e deveres comuns.
Sem uma lei fundamental comum (Constituiç?o Europeia numa acepç?o forte)
cada um far? o que quer e nao haver? verdadeira Uniao, mas apenas pa?ses
e cidad?os que tentar?o retirar os benef?cios da Uni?o sem arcar com os
aspectos negativos, ou seja, tudo ficaria como est?, nada se alteraria.


2) Quanto ao cargo de um presidente da Uniao.
Nao tenho d?vidas que ser? necess?rio um comando forte da Uniao, mas
penso que uma presidência rotativa serve melhor os interesses de todos
os pa?ses. No entanto o papel do presidente nunca ter? um poder por a?
além. O verdadeiro centro de decisoes da Uniao deve estar o mais pr?ximo
poss?vel dos europeus, ou seja no Parlamento Europeu

3) Finalmente, concordo com o aumento de atribuiçoes e poderes da Uniao
Europeia no dom?nio da Defesa, pois defendo a l?gica de uma europa
unida, forte e com voz no mundo.

E por que defender uma europa com voz no mundo? Entre muitas outras
coisas, por isto:
Se h? coisa que a Europa tem que os EUA n?o tem (genericamente falando)
é consciencia social. Nos EUA o individualismo é a ideologia dominante e
neste momento os americanos alargam essa ideologia ao mundo através da
globalizaç?o liberal.
Depois do absurdo da guerra fria, uma europa forte pode servir de
contrapeso vi?vel a essa globalizaç?o selvagem.


posted by Tomás at 1:08 da manhã


wquinta-feira, outubro 16, 2003


E esta, hem?
Os relativistas morais imaginam que estão a defender os direitos dos povos das culturas não ocidentais a preservar os seus próprios valores mas, quando o relativismo moral é levado a sério, anula todos os argumentos éticos contra o imperialismo cultural: se a moral é sempre relativa à sociedade, o leitor, vindo da sua sociedade, tem os seus próprios padrões morais, e eu, vindo da minha, tenho os meus. Segue-se que, quando critico os seus padrões morais, estou simplesmente a exprimir a moral da minha sociedade, mas também é verdade que, quando o leitor critica a minha condenação dos padrões morais da sua sociedade, está simplesmente a exprimir a moral da sua sociedade. Nesta perspectiva, não há forma de alguém se libertar da moral da sua sociedade e dar voz a um juízo moral transcultural ou objectivo sobre seja o que for, incluindo o respeito pelas culturas de povos diferentes. Deste modo, se por acaso vivermos numa cultura que honre aqueles que submetem outras sociedades e suprimem as respectivas culturas — e as próprias pessoas que defendem o relativismo moral afirmam muitas vezes que esta é a tradição ocidental — então esta é a nossa moral, e o relativista não consegue oferecer qualquer razão convincente para não prosseguirmos nesta via. (Peter Singer)


posted by Tomás at 11:04 da tarde


wterça-feira, outubro 14, 2003


Dissecando o Federalismo - O Patriotismo

Um dos argumentos que tem sido evocado para recusar uma Constituiçao
Europeia é o de que esta se sobreporia à Constituiçao nacional. E um dos
principios evocados para fundamentar este argumento é o do Patriotismo:
"Sou patriota e, como tal, nao aceito uma Constituiçao que se sobreponha
à Constituiçao Portuguesa."

O problema aqui nao esta em se ser patriota, esta em insinuar que para o
ser ha que rejeitar uma Constituiçao Europeia que se sobreponha à
portuguesa, o que ao mesmo tempo é dizer que quem aceita essa
Constituiçao Europeia nao é patriota.

Para começar o patriotismo nao é por si so um bom principio. Pode ser
bom ser-se patriota se as acçoes a que esse patriotismo conduz forem
elas mesmas boas. Se essas acçoes forem m?s ser patriota é, logicamente,
mau. Jefferson, Churchill e Kennedy sao exemplos de bons patriotas,
Hitler, Mussolini e Salazar exemplos de maus patriotas.

Como tal, dizer que se é patriota e, como tal, nao se aceita uma
Constituiçao Europeia é uma imbecilidade, porque, muito simplesmente,
uma coisa nao implica a outra.

Ser um bom patriota é, a meu ver, querer o melhor para o seu pais e para
o seu povo, ou seja para a sua patria.
Neste momento, quem nao aceita uma Constituiçao Europeia (que
naturalmente tera que se sobrepôr num certo numero de matérias
importantes às diversas constituiçoes nacionais) é porque quer Portugal
afastado do projecto europeu como ele agora se configura: uma Europa
Federal. Uma politica de isolacionismo seria o regresso a um tipo de
patriotismo de "Estado Novo" que, de maneira alguma se enquadra no
conceito de "bom patriotismo" como atras defini.
Ou seja, esses patriotas nao querem o melhor para a sua patria, como tal
sao maus patriotas.
Felizmente julgo que esta posiçao nao tem muitos defensores.

Convém clarificar conceitos como este para que nao se caia numa
discussao demagogica que oponha erradamente "Patriotas" contra
"Traidores à Patria".

saudaçoes iluminadas, TomaZ

posted by Tomás at 7:38 da tarde


wquinta-feira, outubro 09, 2003


A pedido de varias familias (ou seja, ninguem me pediu nada) faz-se aqui um apanhado da grande obra inacabada que é o Dicionario Iluminados - versao sem acentos e "tiles" que, incompreensivelmente, o computador nao reconhece

Dicionario Iluminados

Letra M

Misticismo - Nao sei bem o que é porque acho que sou realista. Por exemplo, hoje quando um amigo meu quis subir à Torre das Antas e planar até Cuba, eu disse-lhe: "Nao faças isso, Jorge Nuno, vamos ser realistas. Aproveitemos umas daquelas promoçoes, do tipo Havana 8 dias, 7 noites - 450€ que é bastante mais seguro." E o meu amigo que, como eu, é um ultrarealista que gosta de sentir o chao onde pisa disse: "Esta bem."
Os meus momentos misticos resumem-se a uns paus de incenso para tirar o cheiro a cholé do quarto, e a umas gargalhadas ao ler os anuncios dos gurus, pais de santo e macumbeiros nos classificados do JN: Prof. Mangu Kubangu - Acredite em mim que eu aceito cheques e visa.

Massagem - doem-me os dedos; que posiçao incomoda; vou-lhe desapertar o sutien; como é que consigo que se vire de barriga para cima?; isto ja dura ha demasiado tempo; ja acabou o oleo jonhson; devia ter atacado ha 30 minutos atras; MERDA, adormeceu; sera que o Sexy Hot ainda esta descodificado?

Megalomania – Mania que se tem a pila grande. O megalomano tipico passa os dias a alardear barbaridades como “Nao ha preservativos para o meu tamanho”, Ninguém me ganha ao monopolio” e “The infidels are commiting suicide by the undreds at the gates of Bagdad”Quando passam, os megalomanos tipicos deixam atras de si um rasto de incontinentes gargalhadas. “Never!”

Maria – A playboy portuguesa. Publicaçao celebrizada pelo seu consultorio sentimental, onde se encontram pérolas como “Usei as cuecas em que o meu avô se masturbou. Serei bisavo do meu filho?”; ou “Atirei um Tampax para o mar. Serei responsavel pela cor vermelho-acastanhada dos peixes da lota?”

Moura guedes, Manuela – Uns descomunais labios carnudos que anunciam mamadas de primeira ?gua, entram-nos inquisitivos pelo televisor adentro: “Você sabe quem eu sou? Você sabe quem eu sou?”


posted by Tomás at 7:23 da tarde


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Dicionario Iluminados

Letra H

Heineken - 25 cl. Lager Beer Premium Quality, que me ajudou a passar a
tarde em Montemor-o-Velho, aturar um casamento de paninhos de véu de
noiva nas antenas dos carros buzinantes, e agora arrefece um pouco o sol
que me bate em cheio na cara - graças a deus pelos oculos escuros -
amplia a musica ambiente e ja esta no fim -"Venha outra!"

Holandesas - As vacas holandesas sao melhores que as portuguesas (mesmo as dos açores). Têm as
mamas maiores e dao mais leite. "Outra Heineken Brewed and bottled in
Amsterdam, se faz favor!
"

posted by Tomás at 7:17 da tarde


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Dicionario Iluminados

Letra F

Futebol - fascinante desporto, por vezes violento, onde 20 jogadores
correm atras de uma bola enquanto 2 descansam.
Escola que educa analfabetos preparando-os para uma vida de
multimilionarios. Diz-se por ai que os seus dirigentes, alguns ilustres
adeptos e politicos sao propensos a lobis imobiliarios, mas a verdadeira
razao desse interesse é a construçao de prédios altos à volta dos
estadios por forma a que as suas familias assistam aos jogos de futebol sem pagar bilhete.
No caso de alguns clubes, como o FCP, a equipe é um exército e os seus
jogadores sao soldados que lutam pela independência de uma regiao. As
suas vitorias sao celebradas na rua como se de uma vitoria de libertaçao
se tratasse, com a euforia, nao de quem ganha, mas de quem vê os outros
perder.
O Porto é uma naçao, o FCP é campeao, e que nao salta é lampiao e é
fuzilado. O Pinto da Costa é o seu Buda bélico, com um exército de superdragoes
(ver Fanaticos) dispostos a matar, ou pelo menos espancar, comerciantes
de meia idade.

Fanaticos – gente calma e civilizada que gosta de celebrar as vitorias
do seu clube de forma ordeira e pacifica. Respeitam os adversarios a
quem, tirando um ou outro acidente, têm até agora poupado a vida.
Eximios cantores corais com apetência para areas marciais que exaltem
belos sentimentos patrioticos e de pertença a um grupo de semelhantes.

Fanfarra – palhaços com tambores que precedem em parada majoretes de
coxa grossa e sem qualquer sentido ritmico.

Folia – Ultimo recurso de quem ja so fodia. Reformados e viuvos atirados
para um salao de baile dos bombeiros onde dançam e jogam bingos de
beneficiência própria, e onde folem toda a noite com as pernas das majoretes da
fanfarra, e com a voz de automato assexuado da menina das bolas: “Um,
numero um; dois, numero dois; três, numero três dias para quinares.”

França, A - o Portugal dos pequeninos. 1 milhao de anoes lusitanos,
técnicos de lavagem de pratos e limpeza de vaos de escadas, além de
especialistas em desastres de automovel.
Em agosto afunilam em Vilar Formoso, onde sob um sol escaldante se
empaturram de pasteis de bacalhau que empurram a goles de cerveja ou
compal de pêssego, pêra se nao tiver, e descem a IP5 como loucos em
bêémes alugados. Normalmente morrem na primeira curva. Os que sobrevivem
festejam a vida forrando as paredes das suas casas com os azulejos da
casa de banho.
Depois dos casamentos cola-se-lhes a cara à buzina so descolando na
viagem de regresso, mas ja so nos Pirinéus franceses. Entretanto,
impossibilitados de ver a estrada, morrem mais uns quantos entre
Portugal e a Espanha.

Felattio – nome de um jogador de futebol italiano, que se pintou de
preto e mudou de nome para Bobo (ver bobo) quando veio jogar para o
Boavista.

Freitas do Amaral – Quem? – Freitas do Amaral – Ah! Junto com Mario
Soares, é a versao branca, regueifuda e ridicula do "Rumble of the Jungle”, o célebre
combate de boxe que opôs Mohamed Ali a Joe Frazier.
Ameaça ir ao tapete ja em 2006.

TomaZ



posted by Tomás at 7:15 da tarde


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Dicionario iluminados

Letra I


Indigente - Quem, eu? Aquele que nao faz nada. Estudo da preguiça,
associado ao egoismo, ao egocentrismo, ao hedonismo, ao niilismo, ao
amor pelo sol, pelos cafés e pelos livros, numa palavra, pelas
esplanadas. Quando tem dinheiro, o indigente consciencioso, substitui de
bom grado os café por litros de cerveja, no entanto, nunca prescinde do
sol.
Nao fazer nada é um estado de espirito, e a indigência é uma das Belas
Artes que, depois dos 25, e por razoes de ordem variada, começa a ser
quase impossivel de praticar.

Iluminados - Grupo de antigos animadores das colonias de férias para os
filhos dos trabalhadores do jornal "A Capital" que, impedidos
judicialmente de continuar a exercer a sua vocaçao de torcionarios de
seres humanos imberbes, resolveram formar uma equipe de ciclismo que
boicotasse com furos o pelotao da Volta a Portugal. Descobertos os seus
infames intentos, foram expulsos antes mesmo que a roda da bicla do seu
capitao tocasse o asfalto.
Desiludidos, tentaram o suicidio e nao conseguiram. Entao, tornaram-se
Funcionarios Publicos e à noitinha encontram-se em animadas tertulias
cibernauticas. "Do ciclismo ao cibermundo" é a sua divisa.

TomaZ

posted by Tomás at 7:06 da tarde


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Dicionario Iluminados

Letra G

Ginastica- Onde os ricos vao buscar os musculos que os pobres ganham na
construçao civil. Descanso do cérebro. Os nossos avos faziam-na de roupa
interior branca e, depois de se barbearem, iam fabricar os nossos pais.

Graça - Ser de graça é uma sorte, e é de certeza mau.
Ter graça é uma virtude e é diferente de ter piada. O Fernado Rocha tem
piada, mas nao tem graça. O Herman José ja teve graça, a Maria Rueff tem
muita graça, o Camacho Costa nunca teve graça.
Ter graça é uma delicadeza do espirito, por esse motivo, o MEC tem muita
graça e o Rui Unas nao tem graça nenhuma.

Ha uns dias um amigo disse-me que os informaticos nao têm sentido de
humor. Conheço uns que o têm, outros que nao, mas um computador (ou
alguém com inteligência computacional) nunca poder? ter graça. Podera
eventualmente ter inumeras piadas com graça, até as poder? contar de uma
maneira engraçada, mas nunca tera graça nenhuma, e sera sempre um chato
ao jantar que interrompe a conversa com as ultimas piadas de almanaque
que lhe introduziram na base de dados.

Tenham cuidado Iluminados ao escolherem a vossa profissao:
os informaticos, os contabilistas, os pedreiros, os policias e os
militares dificilmente têm graça. Os artistas e os desportistas nunca
têm graça.
Ja os advogados, os politicos, os médicos, os jornalistas e os
jardineiros poderao eventualmente ter graça.

Goticos - O goticos invadiram Portugal ha uns séculos e inventaram a arte
gotica. Hoje, na mesa de café à minha frente, um casal de namorados
goticos vestidos de preto, liam livros g?ticos de capa preta.
Surpreendentemente, quando abrem a boca, nao falam de
gargulas e vampiros, de tatuagens e piercings nos mamilos. Nao,
pasmem-se, sao gente como nos, um pouco mais idiotas, e que apenas no
gostam de sol.



posted by Tomás at 7:04 da tarde


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Dicionario Iluminados

Letra C


Casamento - Ritual de Castraçao Publica. fim da masculinidade. Inicio
de
um sonho povoado de electrodomésticos e prestaçoes do carro.. Fim do
sexo sem hora marcada. altruismo à força. Jardim do eden rapidamente
materializado num T2 nos suburbios. Resta esperar pela indiferença e
por
uma reforma tranquila.

Critica - quer-se inteligente, mordaz, certeira, ironica e
bem-humorada.
A critica deve ser sempre desconstrutiva mas nunca mal-educada. Uma
critica construtiva nao é uma critica. E outra coisa qualquer: um
oximoro que serve apenas para bajular e sermos diplomatas naquilo que
temos para dizer.

Crianças - produtores incansaveis de gritos estridentes. pequenos
demonios que os pais nao controlam e, como tal, deveriam ser entregues
ao estado para serem devidamente educados em rigidos colégios internos,
guardados intra-muros por homicidas condenados.
Sabotadores de tardes de ocio, terroristas de jantares, bombistas
homicidas de fins de tarde bucolicos e Bin Ladens da mesa do lado.
Parasitas contestatarios, praga interminavel e omnipresente.
Argumento a favor da pena de morte

o nosso homem bala, o Fred, notou uma falhas nas letras B e C. Aqui vao as suas adendas:

Ainda a Letra B...

Benfiquistas - Seita de enorme poder que revela um enorme fanatismo por
um clube ultrapassado que dizem ter sido grandioso. Acreditam em tudo o
que lhes dizem e continuam perfeitamente convictos que o Benfica (Ver
Benfica) é o melhor clube do mundo. Utilizam os meios de comunicaçao
para passarem mensagens sem significado aparente e seguem a doutrina das
vitorias morais.
Têm as suas proprias regras e s?o imunes às leis estatais.

Carapau - peixe pequeno que deve ser comido frito e com arroz de
qualquer coisa... e o primo mais velho da petinga; (de corrida) pessoa
com tendências megalomanas que se sente o centro do universo, como por
exemplo os benfiquistas (ver benfiquistas).

Carago - palavrao disfarçado, muito utilizado no norte, e que serve para
dizer e explicar tudo: Expressar dor (Carago aleijei-me), insultar
alguém ( O carago do gajo ja me anda a chatear), elogiar alguém (O
carago da gaja é boa como o milho), etc.

Caca - Merda disfarçada.

Coco - O mesmo que caca

Cicciolina - Mulher de talentos inumeros que fascinou e seduziu os
homens pelo mundo fora na década de 80. Realizou um sem numero de filmes
de qualidade onde contracenou com patos, coelhos, cavalos, etc. Chegou a
deputada do parlamento italiano passando por cima de toda a gente (e por
baixo também). Algumas fontes revelaram que é uma mulher muito religiosa
chegando mesmo a participar num presépio de Natal onde fazia o papel de vaca.

Obrigado Bala, e agora para a letra D

Letra D

Domingo - Impedido de trabalhar, os niveis de actividade de um
português
médio reduzem-se neste dia às funçoes basicas de respirar, comer e
dormir.

Democracia - Raros domingos em que o português médio alia às funçoes
basicas de respirar, comer e dormir, o dever civico de votar.

Deus - erro judaico-cristao. Paga as contas de inumeras paroquias e
seitas religiosas varias. Quem sabe da sua existência nao tem que lhe dar um nome, nem tem que perder tempo com liturgias inuteis. Sabe-o e isso chega-lhe.
Alto-falante da nossa consciência colectiva, com algumas interferências bem localizadas. Vago murmurio ancestral que julgamos que diz exactamente aquilo que queremos ouvir. Velho solteirao barbudo, viciado nos dados, e de quem se diz que bateu uma pivea à 17 mil milhoes de anos e pariu o mundo.

Letra E

Eros - Orgia dos sentidos. Cantor Italiano com nome de "pasta". Canal
codificado acessivel apenas aos fracos de espirito e fortes de verga.
No futuro é erosao, no cinema ilusao e ao vivo da tesao.

Empata - Quem nao fode nem sai de cima. Camafeu baixinho, gordo e
borbulhento que a gaja que queremos comer insiste em ter como amiga
inseparavel. X no totobola.

Europa - Equivoco politico liderado pelos EUA. Mulher madura e
esquizofrénica, matrona de uma familia disfuncional com um vasto
historial de violência doméstica, alcoolismo e drogas duras. Recorre à
prostituiçao para sobreviver e à religiao para se absolver.

Espanha - Portugal que fala alto e mata touros. Apenas se lembram de
nos quando olham para o espaço em branco no mapa da Peninsula Ibérica do
boletim meterologico.
Uma série de importantes derrotas militares nao lhes apagou o impeto
conquistador, apenas os fez mudar de tactica.
Em vez do exército, enviam agora Zaras, o Corte Inglês e Bancos.



posted by Tomás at 6:50 da tarde


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Dicionario Iluminados

Letra C

Caes- Tomara a muitos ter a sua vida.
abandonados viram vira latas, bem tratados têm muita lata.
Existem duas raças de caes. Os que comem merda, que se distinguem dos outros por terem muito mau halito,
e os que nao comem merda, que se distinguem dos outros por terem mau halito.

Coca-Cola- A primeira é muito mais cara que a segunda.
Juntas, ficam muito mais baratas que as duas em separado e ainda ganham bolhinhas.


posted by Tomás at 6:50 da tarde


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Dicionario Iluminados

Letra B

Big Bang – Ao que parece, tudo começou aqui. Neste ponto começou a vida e com a vida começou a morte. Esta semana ja fui a dois funerais, outros mais se adivinham e eu culpo, por isso, o Big Bang.

Benicio del Toro – Este nome, pronunciado com o sotaque adequado, é livre trânsito para a cama de qualquer loiraça mamalhuda engatada no Via Rapida, ou até mesmo no Chic (ver também Canavarro, Calabrese, Joaquim Fominhas e Pedrito Portugal).

Boa com´o milho – Equivalente lusitano de pleased to meat you. Quando precedido da segunda pessoa do singular do verbo ser, é normalmente acompanhado de um estalo. Nas obras é utilizado por trolhas empreendedores para enrijecer o cimento e lubrificar a betoneira. Um grupo de gourmês mais exigentes querem aperfeiçoar a express?o, alterando-a para “es boa como o Salmao”.

Barbeiro – Local da mais alta metafisica, proibido a carecas, homosexuais e kanteanos. O barbeiro tem sempre razao. Esta infalivel estatistica deve-se, sem duvida alguma, ao facto de o digno profissional ter sempre uma lâmina afiada na mao, encostada à nossa carotida. Ainda esta para aparecer um barbeiro de esquerda.

posted by Tomás at 6:44 da tarde


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Dicionario Iluminados

Letra B


Bacalhau: Com alho cheira a cona e foi disco de Platina. Uns dizem que
da Noruega é que é bom, outros que as suecas têm-no melhor. Quanto a
mim, isso nao passa de um mito que interessa aos eurodeputados, exilados
das belas coxas e nadegas rosadinhas das portuguesas.

Bater: Em Portugal bate-se por tudo e por nada. Bate-se pela chuva, pelo
alco?l, pelo excesso de velocidade, pelo mau piso das estradas, pela
Pamela Anderson, pela Marisa Cruz, pela Claudia Mergulhao, pela Casa
Pia, mas atençao que isso pode dar prisao...

Beleza: Ou se tem ou nao se tem. De quem nao tem, normalmente diz-se que
a tem escondida, é a chamada beleza interior. Se pudéssemos
hipotecavamos a casa e os moveis por ela, ou entao deixavamo-la a
apodrecer num armario enquanto continuavamos frescos e belos. Entre
a nossa fealdade e a beleza dos outros ha um abismo que estupidamente
julgamos poder ultrapassar simplesmente comprando as coisas que eles
usam. Ser belo é quase um crime num pais de gente feia.

Benfica: (aceitam-se propostas)

Uma valiosa contribuiçao para o nosso Grandioso Dicionario Iluminados, by the Iluminati Antonio Melo (o nosso clinico):

Letra B
(parte II, dedicada a secreçoes, excreçoes e excrementos...)

Benfica: o ultimo dos mitos.

Bisga: uma das palavras que da mais gozo dizer, logo a seguir a vaca
com
prononcia nortenha ("aquela ganda baca!" - hmmm... que delicia!);
escarreta;
esputo; expectoraçao; escupe.

Burrié: molusco comestivel; vulga catota, ranheta amadurecida; o
verdadeiro
burrié, quando carinhosamente tratado entre os dedos polegar e
indicador, e
moldado nos buc?licos jardins de Serralves, também pode constituir uma
obra
de arte (ainda que contemporânea) digna de competir, em beleza, com as
fezes
do Tomas.

Ora nem mais, caro Melo. Se bem que as minhas fezes, quanto menos contemporâneas forem, mais belas ficam...
Venham dai mais letras!!



posted by Tomás at 6:40 da tarde


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A pedido de varias familias (ou seja, ninguem me pediu nada) faz-se aqui um apanhado da grande obra inacabada que é o Dicionario Iluminados - versao sem acentos e "tiles" que, incompreensivelmente, o computador n?o reconhece.


Dicionario Iluminados.

Letra A

Além: nao existe. Local indefinido, mais ou menos situado na imaginaçao
mais ou menos fértil de alguns crentes desesperados, onde se misturam
deuses, gajas boas e vinho. Alguns juntam freiras, mas esses nao contam
porque nao têm piada nenhuma, e se lhe juntarmos 72 virgens temos um
bombista suicida.

Ala: nao existe. Oriental sintese profilactica de tudo o que acabamos de
dizer. Juntemos-lhe minaretes e fanaticos religiosos empoleirados aos
gritos e temos milhares de fieis virados para meca a rezar à canzana.

Ali Baba: existe. Presidentes de Câmara, empreiteiros, ministros e
reitores de universidades constituem o seu bando.

Amigos: existem. Querem-se poucos e bons.

Amigas: existem. Querem-se muitas e boas.

Amor: existe. E, no entanto, frequentemente confundido com propriedade
individual (comunitaria passa a orgia, mais de seis é bacanal).

Arte: tudo é "ârte". Fui ao WC de Serralves e caguei uma obra prima.

Assembleia da Republica: infelizmente existe. Jardim p?blico onde velhos
ilustres dos 25 aos 80 se re?nem para jogar a bisca lambida da ret?rica
parlamentar. Destaca-se pela positiva uma deputada giraça do BE, e pela
negativa os mict?rios dos senhores deputados.

Anestesia: em Portugal existem varias à disposiçao de todos. Serviço
Publico de Televisao é a mais eficaz, seguido do Benfica-Sporting e das
bichas da segurança social. Também sao extremamente eficazes os discursos
de sua Exca. o Presidente da Republica e os programas do
Herman José.

Antibiotico: poucos mas bons. geralmente na forma de livros, peças de
teatro e filmes (mais raros estes ultimos), nunca na forma tao em voga
de exposiçoes e turismo em autopullman. O futebol é um bom antibi?tico
mas que apenas funciona em retardados mentais.

Astronautas: existem. o sonho de qualquer criança (ver também letra V,
para Vendedor de Gelados). Alguns hereges dizem que estes nunca pisaram
a lua. Eu acredito que sim, pois certa vez, em miudo, vi um calhau que
de l? trouxeram.

Anteontem: terça-feira, ja nao existe, correu bem apesar da chuva.

Algarve: existe. Praia que alugamos no verao a parentes civilizados das
lagostas em troca de subsidios para a agricultura, pescas e texteis, e a
quem compramos Porches, BMW's e Mercedes para percorrermos as nossas
autoestradas a 250 kmh, e desse modo nao vermos as ruinas subsidiadas do
nosso pais atlântico-setentrional.


posted by Tomás at 6:35 da tarde


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Dissecando o Federalismo - entretanto um Apendix

Parabéns à esquerda!

A direita no governo (PSD/CDS-PP) quer mudar as regras do jogo (a
Constituição da República) para permitir que o referendo à Constituição
Europeia (CE) se realize no mesmo dia das eleições para o Parlamento
Europeu. Com o argumento de assim se evitar uma típica abstenção aos
referendos nacionais essa amálgama eleitoral teria como consequência a
partidarização de uma discussão sobre a CE que se quer autónoma das
"lógicas partidárias e governativas". Ver Pacheco Pereira, no Público d´hoje.


Ou seja, o referendo em questão e a discussão sobre o mesmo (a saber, o
texto em concreto da CE) seriam esbatidos pela dinâmica populista de um
processo eleitoral de "real politic" (ou seja, campanhas e comícios,
projectos partidários demagógicos, marketing de imagem dos "wanna be"
deputados, slogans políticos que nada dizem só compram votos, etc...)
que, tendo a eleição de listas partidárias para o PE como principal
objectivo, colocaria na sombra o essencial debate de ideias sobre texto
constitucional europeu.

A esquerda na oposição (PS, BE e PCP) opôs-se, e bem, a esta manigância
da coligação de direita e exige que a consulta nacional sobre a matéria
europeia seja antecedida de um "verdadeiro debate político nacional".

Este debate é tanto mais essencial quanto mais certos estamos que o
eixo
Alemanha-França se tem esforçado por fazer passar uma constituição que
coloca os países pequenos (como Portugal) numa posição de eternos
subsidiários dos grandes.


posted by Tomás at 5:59 da tarde


wsexta-feira, outubro 03, 2003


Dissecando o Federalismo!

Um referendo não é só um simples acto de colocar uma cruz num “Sim” ou
num “Não” mais ou menos vagos. Um referendo é, acima de tudo, um
processo de discussão, elucidação e persuasão que pretende retirar essa
vagueza dos dois quadrados, ou seja, elucidar as pessoas sobre o
assunto
a referendar.

Jaime Gama, no DN de hoje afirma que um referendo sobre
a Constituição Europeia seria uma “paródia democrática”. A meu ver,
paródia democrática (além do duplo queixo de JG) seria fazer passar o
projecto de uma Constituição Europeia sem o aval daqueles a quem essa
Constituição se destina, os Europeus.

Democracia significa governo do povo, como tal um sistema é tanto mais
democrata quanto mais as suas decisões políticas vierem directamente do
povo.

A elaboração de uma Constituição Europeia no sentido de uma Europa
Federal é o passo mais importante que o nosso país deu desde que as
caravelas decidiram partir para o Oriente ignorando o “velho do
restelo.” Desta vez, porém, o passo não é assim tanto no desconhecido.
Existem experiências de outros projectos federais nos quais podemos pôr
os olhos, aprendendo com os seus fracassos e sucessos, como é o caso da
Constituição Federal dos EUA (ressalvando as óbvias diferenças entre
eles). Interessa portanto debater a Constituição Europeia e o
Federalismo Europeu tendo em consideração tanto as experiências
políticas passadas como os objectivos políticos futuros.

Estou convicto que, como ideia geral, o Federalismo é o caminho certo
para a Europa e o mais benéfico para os povos europeus. Importa, no
entanto, discutir importantes “pormenores” como a alienação de alguma
soberania nacional em favor de um maior poder federal, a harmonização
de
uma política externa única, os sistemas de eleição e de representação,
o
poder legislativo federal, o poder judicial federal, etc.

Como tal, neste momento, mais que concensos partidários acéfalos, são
necessárias opiniões. Opiniões fortes quer a favor quer contra este
projecto federalista. É necessário separar as águas do debate político,
fomentar a discussão, pois só assim se podem encontrar concensos
sufragados pela razão.

É para combater o vazio de opiniões e a ignorância geral face a este
caminho tão importante que agora começamos a percorrer, que proponho
aos
Iluminados uma discussão sobre a Europa em geral e sobre a Constituição
Europeia em particular.

Que se apresentem os contendores, que avancem com as suas posições e
argumentos a favor e contra o projecto federalista europeu, a favor e
contra a Constituição Europeia no seu todo ou algumas das suas partes.

Dissecando o Federalismo! A reentré Iluminada não poderia começar de
melhor forma.

Abraços Iluminados, Tomás


posted by Tomás at 12:28 da manhã