wFolhetim Iluminados
Se tiverem sede dêem aqui um saltinho: http://tiomas.no.sapo.pt mail: tiomas@yahoo.com - e agora para algo completamente diferente: http://viadaverdade.blogspot.com


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wquarta-feira, junho 18, 2003


Mais Filosofia que nos chega de França - M.Foucault elabora uma enorme teoria acerca de como os antigos mecânismos de repressão evoluiram, na actualidade, para mecânismos mais subtis, mas que continuam fazer com que as pessoas façam o que os poderosos querem que elas façam.

Simples e trivial. Um verdadeiro truísmo. O domínio da mente pública é algo que é ensinado nas escolas de marketing, e salta à vista a qualquer pessoa minimamente atenta.
Mas então porquê elaborar linhas e linhas de incompreensivel verborreia à volta de um assunto que outros já expuseram de um modo mais simples? As razões são óbvias. É a vaidade e irresponsabilidade destes pensadores, a sua vontade de querer passar por algo que não são (profundos e originais) que dá tão mau nome à filosofia. Enquanto estes pseudo-intelectuais (Focault, Derridas, Jean Baudrillard, etc.) continuarem a ser considerados como os supra-sumos da filosofia, esta nunca deixará de ser vista pelo público leigo como um mero exercício retórico para ver quem é mais esperto.

O papel do filósofo neste caso em concreto teria de ser o de descriminar esses tais mecânismos actuais de repressão, ajudando as pessoas a evitá-los e a pensar por elas próprias, e não o de se masturbar com palavras à volta de ideias já há muito tidas como certas.

Para quem não sabe, esta moda pseudo-intelectualoide omnipresente na filosofia, mas também em outros campos da cultura, chama-se de pós-modernismo (que diz coisas como A realidade não existe e ainda é paga por isso) e foi desmascarada por dois cientistas, Sokal e Bricmont, que escreveram propositadamente um artigo cheio de incorrecções cientificas e argumentos perfeitamente estúpidos e falaciosos, mas tudo a coberto de uma linguagem incompreensível e supostamente etérea. Sokal e Bricmont enviaram esse artigo para uma conhecida revista pós-moderna que... o publicou!
O que se pode concluir desta história é que a filosofia pós-moderna vive no reino do "vale-tudo" e da ignorância desde que mascare isso tudo sob a aparência de profundidade filosófica, de preferência apimentada com algumas frases incompreensiveis


posted by Tomás at 11:22 da manhã


wterça-feira, junho 17, 2003


Na Via da Verdade prosseguem os estudos acerca da linguagem.
Abordei as teorias de Wittgenstein, Austin, Searle e Quine, que nos apresentam algumas perspectivas não essencialistas da linguagem, ou seja, onde nos é dito que a linguagem é, acima de tudo, um produto social, cultural, histórico, etc., e que por esse motivo uma abordagem do fenómeno linguístico (das palavras e das frases, do significado, da referência, etc.) enquanto espelho exacto da realidade é uma falsidade. Falsidade essa que enquinou praticamente toda o pensamente filosófico anterior.

Antes de dar um passo atrás e aprofundar um pouco algumas teorias essencialistas acerca da linguagem (o que em termos de publicação no blog será ideal, pois as teorias aparecerão na sua ordem cronológica real) procurarei ainda introduzir uma outra abordagem ao problema da linguagem, a abordagem cientifica de Noam Chomsky que diz-nos algo tão estranho como: As crianças não aprendem a falar. Já sabem.

posted by Tomás at 2:12 da tarde


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A imprensa de hoje

Relatos de Guantanamo no NYT.

Privados Aceitam Alunos com Notas Entre 0 e 1 Valores, no Público - 0 e 1? Repito: 0 e 1? Quem tem médias de 0 e 1 não deveria ter acesso a oxigénio, quanto mais a educação!!

posted by Tomás at 12:26 da tarde


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É esta a Filosofia que nos chega de França: Bernard-Henri Lévy is like an unfathomably French combination of Melvyn Bragg, J.K. Rowling and David Beckham: o homem que ficou famoso por dizer Deus está morto, mas o meu cabelo está perfeito.

posted by Tomás at 12:27 da manhã


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Pequenos Prazeres Iluminados - Os Iluminados estão-se a revelar uns verdadeiros epicuristas!

A Joana B. avançou com mais uma lista de alguns pessoalíssimos Pequenos Prazeres:
o cheiro de uma cama acabada de fazer; dormir uma sesta à sombra; comer fruta gelada na praia; a pata da minha gata na minha cara, para me acordar; um abraço sentido; morder uma orelha; o barulho das ondas; esfregar os meus pés nos pés dele; um arrepio ao ouvir uma boa música; água de colónia; a lua cheia numa noite de Verão; vestir uns jeans depois de uma festa; um ataque de riso; o silêncio do Gerês; uma casa de banho limpa; um livro inesperadamente bom.

A Mariana V. fala do acto quase orgásmico de descalçar umas sandálias de salto agulha, no fim
de um casamento de Verão em que se dançou a noite inteira
. E nós imaginamos que o orgasmo estará completo no momento em que se calça as chanatas de andar pela casa.

O Fred. Bala gosta de: Fazer xixi depois de uma porrada de finos! Entrar em casa num fim de tarde de Inverno Acordar e reparar que a mulher ao lado é tão gira como nos tinha parecido na noite anterior...Descobrir que afinal não tínhamos errado. Achar que fizemos um bom negócio. A ideia de que no dia seguinte não se trabalha. O cheiro de flores frescas. Um bom anúncio. A sensação de dever cumprido. E além disso adianta um pequeno comentário cuja galanteria não esconde as suas reais intenções para com a nossa Joana B: na minha opinião "morder uma orelha" como sugerido pela nossa iluminada Joana está claramente no topo da lista. Pois... Meninos, isto não é um motel!

E ainda uma aportação de um outro epicurista, este de fora da comunidade Iluminados. O João Carvalho Fernandes do Fumaças, que é um verdadeiro expert em charutos e outros pequenos prazeres: Fumar um bom charuto (Lusitanias de Partagas ou Unicos de Vegas Robaina), após um bom almoço (qualidade, não quantidade!), ao ar livre, com sol e temperatura amena, lendo uma revista de charutos ou vinhos ou viagens, ou um bom livro. Percorrer levadas na Madeira, durante as férias de Verão. Ir a pé de S. João do Estoril (onde passo os fins-de-semana) até à Marina de Cascais. Ouvir música (muita, excepto "hard-rock").

A lista de Pequenos Prazeres demonstra ser interminável, pelo que eu quero acrescentar mais um ou dois antes que alguém reclame a sua paternidade: o prazer de rasgar as folhas coladas daqueles livros de antigas impressões. Como é óbvio, não é qualquer corte de talhante que serve. Um bom corte deixa os lados das folhas perfeitamente simétricos, sem aqueles fiapos inestéticos de quem cortou as folhas com uma faca do pão. O corta papéis tem de ser bom - utilizar uma navalha é impensável, pois o gume é demasiado leve – com o pesado gume de prata perfeitamente afiado e um cabo preferencialmente grosso e decorado. Reparem que o processo do corte serve também para irmos antecipando a leitura, passando os olhos furtivamente por algumas passagens. E ainda: o barulho e o toque da caneta no papel
àspero que me faz lembrar composições sobre flores e pássaros que eu escrevia na quarta classe









posted by Tomás at 12:11 da manhã


wdomingo, junho 15, 2003


E agora para algo completamente diferente - Na Via da Verdade continua-se a abordar problemas tão importantes para o nosso dia-a-dia como o problema dos universais, o problema da indeterminação da tradução, o problema da inescrutabilidade da referência, os dogmas do empirismo tradicional, os desafios quineanos a esse mesmo empirismo tradicional, as enunciações performativas e as suas característica austinianas e serlianas, nomeadamente os actos ilocutórios (ou ilocucionários), a força ilocutória (idem) e os actos de fala em geral, etc.

Evidentemente que só se aconselha a leitura deste blog tão ecléctico àqueles infelizes que não têm mais nenhum problema sério com que se preocupar.

posted by Tomás at 11:29 da tarde


wsábado, junho 14, 2003


Editorial do Público sobra o fim da Coluna Infame - blogosfera rula!

posted by Tomás at 3:05 da tarde


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Sabiam que: Começamos todos por ser gajas Mas depois, uma explosão se testosterona empurra metade de nós para o lado errado da evolução: o macho!

posted by Tomás at 2:55 da tarde


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Pequenos Prazeres Iluminados

Dentro da categoria de pequenos prazeres é ainda possível encontrar mais algumas sub-categorias. Entre elas as sub-categorias de pequenos prazeres egoístas e a de pequenos prazeres altruístas.
É dentro da sub-categoria dos pequenos prazeres egoístas que encontramos aquele que é para muita gente o maior de todos os pequenos prazeres: rebentar as bolhinhas de ar daqueles plásticos que se usam para embrulhar quadros de família, móveis antigos e electrodomésticos novos. Este é sem dúvida alguma um dos prazeres mais egoístas de todos os prazeres possíveis e imaginários. Já todos demos a provar um pouco do nosso gelado de baunilha, ou uma colherada da nossa mousse de chocolate caseira, mas quem é que alguma vez partilhou um plástico de bolhinhas com outro rebentador de bolhinhas? Mesmo que o plástico em causa tenha mais de três mil milhões de bolhinhas, tornando impossível a tarefa de uma única pessoa conseguir rebentá-las todas no seu tempo de vida útil, ninguém alguma vez, jamais e em tempo algum partilharia este prazer único com outro. Não, este, como outros prazeres verdadeiramente egoísta é para ser praticado sozinho, de preferência num quarto escuro e insonorizado nos esconsos subterrâneos de um qualquer Fort Knox ou Bunker Iraquiano, não vá um qualquer ouvido estranho e oportunista, armado em açambarcador de prazeres alheios ter o descaramento de ouvir este maravilhoso som puro e cristalino das bolhinhas de plástico a rebentar. Bloc! Bloc!




posted by Tomás at 2:38 da tarde


wsexta-feira, junho 13, 2003


Pequenos Prazeres Iluminados -
A nossa comunidade Iluminados parece que reagiu bem a este desafio de compendiar alguns dos nossos pequenos prazeres.
Aqui vão algumas contribuições iluminadas:
A Mariana V. gosta de Comer leite condensado muito cozido; Boiar no mar; Dias de primavera; Ler o jornal com toda a calma no fim de semana; Estar com os amigos
Mariana, imagina como deve ser bom estar com os amigos, ao fim de semana de um dia de primavera, a ler o jornal a boiar num enorme lago de leite condensado muito cozido!!
A Joana F. (Morena) gosta de comer queijo da serra às colheres; tomar banho no mar; passar fins-de-semana no campo; massagens nos pés; pequenos-almoços em cadima.
Sem dúvida que massagens nos pés e queijo da serra é uma excelente combinação!
O Rupert Tempest (a nossa figura pública cujo telemóvel está certamente sob escuta) fala-nos do Prazer do Anonimato.
E finalmente o novato Pedro Pereira (sirbonovox para os amigos) refere Andar a cavalo (dá para dois lados lol); Fumar um cigarro depois de um almoço recheado de boa disposição e claro de; umas cervejolas (do melhor que há); Fumar um cigarro depois de......"coughs" lol; Um sorriso sincero de alguém especial; Música (aos berros de preferência, U2 claro) - especialmente para ti, Pereira, aconselho-te a visitares o Fumaças.
abraços



posted by Tomás at 3:11 da tarde


wquinta-feira, junho 12, 2003


Pequenos Prazeres Iluminados-

Água Mineral- A diferença entre água mineral (Luso, Vitalis, Castelo, etc...) e água da torneira (a água oficial cá de casa) é tão grande, a água mineral é tão boa, tão fresca, tão pura, que não admira que seja mais cara que o petróleo.

Sombra - Como sabe bem estar à sombra. A principal razão porque gosto de estar à sombra é, cada vez mais, não estar ao sol. Deve ser da idade, mas agora fujo do sol como dos livros do Stephen King. Sombra vai bem com água mineral, Eugénio de Andrade e com... nada: "Ah que bom que é ter um livro para ler e não o fazer !" Fernando Pessoa


posted by Tomás at 9:53 da manhã


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Uma desilusão, o filme Wittgesntein do Derek Jarman. Fui certamente iludido pelos comentários favoráveis de alguns colegas, mas achei que aqueles 75 minutos nos sofás da Almeida Garrett não passaram de uma medíocre biografia estilizada do grande filósofo.
As aportações de Russell e Meinong à filosofia de Wittgenstein, segundo Jarman, resumem-se a umas pancadinhas nas costas de incentivo. Algo do género: "Força aí, meu. És o maior filósofo do século XX."
A filosofia de Wittgenstein é-nos transmitida de um modo muito frio e previsível, numa sala de aulas minimalista, em que os alunos (e também Russel e Meinong) se espreguiçam em cadeiras de praia:

Meinong - "O papel da filosofia será então o de resolver os jogos de linguagem?"
Wittgenstein - "A filosofia deixa tudo como está. Não resolve nada. Ajuda a desemaranhar os nós das nossas confusões linguísticas"
Aluno - E quanto ao argumento das linguagens privadas?
Wittgenstein - Aprendemos a falar porque pertencemos a uma cultura, a partir de uma forma de vida pública, partilhada.


Salva-se a conversa com Maynong, no leito da morte de Wittgenstein, quando aquele faz um resumo dos sonhos filosóficos de Wittgenstein, do Tractatus às Investigações. Da vontade de encontrar uma Lógica Pura que governasse a filosófia, à constatação de que o mundo é irregular e imperfeito, e como tal, também o é a filosofia.

Enfim, para quem não conhecia Wittgenstein o filósofo, o filme é intragável. Tenho a certeza que uma versão mais hollywoodesca faria maravilhas a Wittgenstein. Para quem conhece Wittgenstein, ainda mais intragável é. Para quem quer conhecer Wittgenstein mais vale ler o próprio ou então visitar a Via da Verdade.


posted by Tomás at 9:39 da manhã


wquarta-feira, junho 11, 2003


Fechou as portas o melhor blog português de Portugal (o mais participado, o mais engraçado, o mais ressabiado, etc.). Uma pena. Espero que o PM, o PL e o JPC regressem rápido à blogosfera.

posted by Tomás at 11:41 da tarde


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Comentário ao discurso de Fátima Felgueiras, em directo do Brasil: Está com boa cor, a senhora!

posted by Tomás at 11:28 da tarde


wquinta-feira, junho 05, 2003


Mais uma vez, Pacheco Pereira (será que o homem não se quer candidatar em 2006?? - Já tenho slogan: PP, um presidente bloguista!)

"O tema do dia de ontem e do de hoje , na agenda dos jornalistas que aqui estão era outro : o não aparecimento das armas de destruição massiva . Porque não ? Eu também penso que tudo deve ser esclarecido ; se existiram e ainda não foram encontradas , se existiram e foram destruídas , ou se não existiam e havia erros nas informações , ou se essas informações foram deturpadas para justificar os objectivos de guerra . São diferentes hipóteses e todas devem estar em aberto . Algumas tem sérias consequências para a credibilidade dos EUA e Reino Unido . Não adianta iludi-lo , mas ainda é prematuro tirar conclusões .


Mas porque carga de água este é o tema mais excitante na agenda internacional ? Tenho pouca inocência sobre a razão porque isso acontece : trata-se de esconder ou minimizar que a situação no Médio Oriente está bem longe de ser a que foi prevista por toda a esquerda portuguesa e a direita que se lhe uniu . É por isso que penso , que muita da indignação sobre o conflito israelo-palestiniano lhes serviu de pretexto , e que nem sequer contribuem para a esperança da sua resolução . Recordam-se de alguém , dos opositores ao conflito iraquiano em Portugal , saudar o processo de paz ? Não me lembro de ninguém."


Estou quase a dizer: Passem por cima do Folhetim, vão directamente para o Abrupto.


posted by Tomás at 11:33 da tarde


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Pacheco Pereira desmascara uma farsa jornalística - ver aqui.

Este caso de descontextualização e desinformação é claramente um caso de má fé
jornalistica, que é sintomático de uma orientação geral de contrapoder
que é cada vez mais evidente nesta classe de profissionais. É uma
vergonha que a maior parte dos jornalistas em Portugal (ou pelo menos
aqueles que trabalham para os grandes jornais e televisões) não cumpram
à risca o seu código deontológico que os obriga a alguma isenção
profissional.

Reparem na diferença entre os repórteres da RTP1, Sic e TVi (destes nem
se fala) que opinam, especulam, fazem futurologia e dão sentenças, e os
jornalistas e repórteres da Sky News e da CNN, que simplesmente nos
informam do que se passa.


posted by Tomás at 11:28 da tarde


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Um momento Zen do grande Possidónio - Por isso, amigos e bloguinimigos (a existirem): vamos aproveitar este efémero momento de discussão e tolerância. Remetendo para a Virgínia Wolf, a felicidade "é agora". Não vamos gastar as nossas energias em querelas que sejam menos que memoráveis ou em posts que sejam muito mais que apenas sinceros ou brilhantes. O Prazer inculto e descomprometido é este que estamos agora mesmo a sentir

posted by Tomás at 12:14 da manhã


wquarta-feira, junho 04, 2003


Não podes ter filhos, Não podes ter filhos - O meu texto Onde é que estão as Armas de Destruição Maciça?, provocou uma certa celeuma e revolta nalgumas cabeças mais pacifistas (não confundir com pacíficas).

Aqui estão algumas pérolas:
o TomaZ, ou seja o cabrão,ou seja o Advogado do diabo, ou seja..., é que é uma arma de estupificação maciça
Tenho pena de ti. Dormes bem à noite?
Quem pensa assim é inimigo da humanidade Quem pensa assim vai ser combatido. Reaccionário sem coração. Não podes ter filhos...
E o TomaZ Portugal não brinque com quem não conhece de lado nenhum... - juro que não sei onde é que ele foi buscar o TomaZ Portugal. Talvez ao Pedrito??

Qual destas odes à literatura acham que deve ganhar o prémio "Frase Iluminada da Semana"?
Eu gosto particularmente do: Quem pensa assim é inimigo da humanidade. Quem pensa assim vai ser combatido. Reaccionário sem coração. Não podes ter filhos...
Atentem bem na estrutura desta frase. Começa por recorrer à anáfora, como que a preparar um ambiente de acusação popular, incitando as massas ao linchamento: "Quem pensa assim é inimigo da humanidade. Quem pensa assim vai ser combatido"; depois há uma acusação implícita, um pequeno suspense no tempo narrativo pontuada por um imperativo: "Reaccionário sem coração"; e depois de uma breve hesitação, sem mais saber o que dizer, esgotados os argumentos e os perdigotos, o narrador dá a estocada final "Não podes ter filhos".

No entanto, para ficar formalmente perfeita esta frase deveria repetir o recurso à anáfora.
Experimentem lê-la com esta pequena alteração final, mantendo o ritmo corrido, quase exasperado da primeira leitura:
"Quem pensa assim é inimigo da humanidade. Quem pensa assim vai ser combatido. Reaccionário sem coração. Não podes ter filhos, Não podes ter filhos." Digam-me lá se a repetição do zénite narrativo "Não podes ter filhos, Não podes ter filhos..." não fica muito melhor?
Vá lá, só mais uma vez, agora todos juntos no refrão final, com alma, pessoal:
Quem pensa assim é inimigo da humanidade. Quem pensa assim vai ser combatido. Reaccionário sem coração. Não podes ter filhos, Não podes ter filhos. - alguém que ponha música nesta letra!
Bala, já te estou a imaginar no pop: Não podes ter filhos, Não podes ter filhos.



posted by Tomás at 11:28 da tarde


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O Luis Ferreira destacou-se do meio da merda (uns ressabiados malcriados ressacados do estalinismo) manifestando, muito educadamente, algum desapontamento para com a minha posição pró-americana:

TomaZ,
estive a ler o que escreveste na tua página, no fórum da Zona Non e no blog e acho incrível que seja a mesma pessoa que escreve aqui. Acho que os argumentos indefensáveis a favor desta guerra não se coadunam com a pessoa que escreve poesia, estuda filosofia e mostra respeito pelos outros que vi nos outros sites.


Luis:
Obrigado por condescenderes a discordar de mim educadamente.

Não vejo contradição nenhuma em gostar de poesia e de filosofia, e defender que, em algumas ocasiões, as guerras são necessárias para evitar males menores.

Gosto de poesia mas não sou lírico, e talvez por estudar filosofia aprendi a analisar os problemas desapaixonadamente. Por esse motivo é que nunca “comi” a peta americana de que esta guerra era em legítima defesa, que Saddam era uma ameaça para o mundo, etc. Esse era um argumento para ser consumido “intra-muros”. Repara que os britânicos não insistiram tanto nele, e que grande parte dos americanos acreditava que Saddam era responsável pelo 9/11 – puro populismo.

Quanto ao respeito pelos outros, julgo que não me podes acusar de ter, aqui, faltado ao respeito a alguém. - Seria fácil provares o contrário com um “copy-past”. Simplesmente manifestei uma opinião, num “meio” que já sabia minado à partida. Mas isso é porque gosto de discutir, ouvir outros argumento e aprender. Se entre mil insultos sair um argumento construtivo contra aquilo que defendo, já valeu a pena fazê-lo.
Abraço, TomaZ


posted by Tomás at 10:57 da tarde


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Pela primeira vez na história, os EUA estão à procura do motivo de terem ido para a guerra, depois da guerra ter acabado!

posted by Tomás at 10:16 da tarde


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Os perigos de dormir a sesta - Hoje fiz uma pequena viagem de 30 minutos até ao Canadá. Deitei-me no banco do costume, fechei os olhos e o pinheiro bravo que me fazia sombra já era uma sequoia com 80 metros e duzentos anos. O barulho dos patos bravos a deslizarem nas águas ao aterrar era real, mas o lago não era o de Serralves, mas o Lago Ontário na zona dos Grande Lagos.
Como é divertido viajar assim.
Até o caule de uma flor que um diabinho de bibe e bonézinho amarelo, tresmalhado de uma excursão da escola primária, me espetou no nariz enquanto dormia me pareceu uma oferenda ritual de um indígena hospitaleiro.
Ao longe ouço os grasnares das águias reais: “Joãozinhooooo! Joãozinhooooo! Não ouves a professora Célia a chamar-te? Responde, Joãozinhooooo!”
Não pode. O Joãozinho virou salmão a desovar baba e perdigotos enquanto pede pela vida às garras de um Urso Pardo que não gosta que lhe interrompam a hibernação, EU!
Também, quem é que deixa uma criança inocente vaguear por uma zona inóspita e perigosa como esta?


posted by Tomás at 1:18 da tarde


wterça-feira, junho 03, 2003


Onde é que estão as Armas de Destruição Maciça? - Para aqueles que, como eu, apoiaram a intervenção militar no Iraque, esta não pode deixar de ser uma pergunta incómoda. Andrew Sullivan avança com três respostas possíveis: 1) Ainda não foram descobertas (sublinhe-se, ainda); 2) Saddam destruio-as; 3) Os serviços secretos americanos e britânicos enganaram-se, ou foram levados a enganar-se (sublinhe-se, levados a enganar-se).

Seria uma monstruosa hipocrisia tentar ignorar estas perguntas, pois o medo de que o regime iraquiano tivesse Armas de Destruição Maciça, ou capacidade para fabricá-las, foi um dos principais argumentos utilizados pela coligação para atacar Saddam Hussein.

Quanto a mim, sempre considerei o argumento das ADM um argumento secundário, utilizado para convencer o maior número de pessoas possível da necessidade de derrubar Saddam. Libertar o povo iraquiano de um regime repressor e sanguinário sempre foi, para mim, a razão mais importante e aquela em que eu realmente acreditava.
Depois de verificar que as baixas civis foram realmente baixas para a envergadura da operação (lembro que algumas ONG´s "pacifistas"chegaram a profetizar 1 milhão de vítimas civis!!) e de confirmar aquilo que já se sabia, desde os horrores das cadeias iraquianas, às torturas, às execuções em massa, às valas comuns, etc., etc., etc. (quantos milhões de vitimas reais caberão nestes três etc.??), mesmo que as ADM não sejam encontradas, mesmo que se descubra que tudo não passou de uma maquinação do Pentágono, continuo a achar que esta guerra foi uma guerra justa, que a situação no Iraque está melhor e tende a melhorar ainda mais e que a razão estava do lado daqueles que como eu apoiaram os EUA. Em vosso nome não!


posted by Tomás at 10:36 da tarde


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Filosofia pós-sesta - Acabada a minha sesta num banco de jardim, abro o Notícias enquanto bebo um café para despertar, e fico a saber que a ciência confirma os beneficios deste meu hábito. Leio também que o Drº SóAres é um excelso "dormitador".
Como além de soarista (o das sestas, não o político) sou também naturalista e acredito que a filosofia deve estar em continuidade com a ciência, vou voltar ao banco do jardim e levo comigo o Language and Reality que tinha guardado para a biblioteca - irá servir de travesseiro, claro.

posted by Tomás at 1:28 da tarde


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Generation Gap- No hall do Museu de Serralves, em bancos corridos a puxar a sonecazinha ou a bisca lambida, um grupo de velhotes assistem a um video experimentalista-pós-modernista-vanguardista-cacofónico com o mesmo ar de quem assiste a um Porto-Benfica, jogado por elefantes.

posted by Tomás at 1:13 da tarde


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Filhos mais bonitos?Eu quero o meu moreno, de olhos azuis e com um jeito do caraças para jogar futebol, gerir contas bancárias e pensões de reforma.
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posted by Tomás at 1:15 da manhã


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O que é que fica em nós de um poema?
Esta frase do Pantera fez-me pensar no assunto: Dos poemas guardam-se versos. Quem procura em poemas, poemas, normalmente tem grandes desilusões.

Então, a ser assim, sou um grande desiludido.
É que eu, dos poemas, talvez devido à minha fraquissima memória, não guardo (não, definitivamente não guardo) os versos.
Guardo imagens, sensações, ideias, visões, abordagens, temáticas, soluções, medos, amores... guardo, enfim, o poema e a poesia e largo a literatura (o verso, o ritmo, a estrutura, etc.).
Eles levam-me lá, à poesia, mas como por si só eles não são a poesia, deixo-os ficar para trás.

Quando o amor é como os papéis velhos
e anseia por mais arte que a do poema
o coração é o forno onde ardem as palavras

Paulo Teixeira, in Autobiografia Cautelar

posted by Tomás at 12:52 da manhã